Como iniciar um mapa?

“Cadê os próximos zeros e uns?!”

hello there

Oi, quer tc?

Quer sim, não se acanhe! Aprecio comentários, perguntas e memes, lasque o dedo!

Agora que você tem uma noção geral sobre a finalidade de um mapa e alguns motivos para fazê-lo, chegou a hora: como? quem? materiais? quanto? tem USB?

Boas notícias: plataformas fáceis, qualquer um faz; materiais acessíveis, você já possui; custo QUASE zero.

Más notícias: não tem USB, nem 5G nem Bluetooth ou Wi-Fi.

Desenho na areia | Fonte: Pexels

De desenhos na areia da praia ao produto digital do Inkarnate / WonderDraft (mapa fictício) ou ArcGIS (mapa profissional realista), a confecção depende apenas dos dados a serem representados e do seu conhecimento técnico em organizá-los, o que também inclui lidar com materiais (reais ou virtuais). Sim, um guardanapo usado e um batom são suficientes, vai depender apenas de sua destreza com os traços e do cuidado para manusear e conservar o papel.

Recomendo esboçar em uma folha de ofício, sem compromisso, colocando os elementos principais de sua obra: locais, distâncias estimadas, rios e cordilheiras. Usar papel milimetrado, metro ou qualquer outra coisa mais rebuscada ou difícil de manusear pode embolar tudo, mesmo que sua ideia seja gigantesca e “precise de espaço e precisão” (vários continentes e tal); é tudo questão de escala!

Sabe quando você entra no Google Maps ou Earth e massacra a rodinha do mouse? Mexer no “zoom” é nada mais do que alterar a escala de visualização, inclusive essa informação fica ali no cantinho inferior direito. Use a mesma ideia e expanda ou contraia sua criação para a folha de ofício, tenha uma visão geral antes de qualquer coisa.

É bem comum recomendarem plataformas como Inkarnate, mas aí entra um ponto crítico: até mesmo os materiais didáticos oficiais cometem erros crassos dentro da cartografia.

Acreditem: é muito fácil errar escala, a atenção tem que ser precisa a todo instante.

Aqueles ícones maravilhosos no acervo Inkarnate têm quase nenhum valor para escalas menores (regional, continental e muito menos mundial), assim como o tamanho das “montanhas” dificilmente condiz com a realidade; você pode usar a liberdade artística para apenas representar, e é super válido, mas confunde bastante. Vou tentar uma analogia: já tentou alternar entre Primeira e Terceira pessoa, entre tempos verbais ou mesmo recontar uma história em outro ponto de vista? É difícil manter tudo na mente e alinhar certinho, não é? Escala em mapa é mais ou menos isso.

Mapas realistas, apesar da super pressão técnica e responsabilidade com realidade, possuem software que mantém a consistência dos dados e deixa o processo mais fluido. São FEITOS pela e para Cartografia, forte teor científico, acadêmico, comercial.

Mapas fictícios são tratados mais como arte do que mapa, simplesmente não conheço UM software minimamente decente. É como tentar escrever um livro recortando e colando as palavras.

Acreditem: acho mais difícil fazer um mapa fictício do que executar minha graduação em Geologia.

Pode ser meio óbvio já que fui treinado para isso, mas, tirando a falta de suporte dos programas, é contraintuitivo pensar em “liberdade criativa” como facilitador e tudo mais; é tudo, menos facilitador, viu?

Mapa fictício | Fonte: Inkarnate

Resumindo: você tem um objetivo, tem o incentivo e já sabe como pode começar! Intuitivamente irá copiar outros mapas e se basear em nosso próprio mundo, E ISSO É MARAVILHOSO E CORRETÍSSIMO! Só tome cuidado para não copiar erros, então use fictícios para inspiração e busque base num Google Earth (por exemplo).

É sério! Você já deve ter feito ou usado algum mapa na vida, quão difícil foi essa experiência?

Lembre-se de alguma rua (e endereço) conhecida, daquelas que dá para “andar de olhos fechados” (SÓ NA METÁFORA, POR FAVOR!), e tente orientar-se assim: “se eu olhar para esse lugar, o que eu veria ao virar para esquerda ou direita?”. Desenhe essa rua, rabiscão do jardim de infância mesmo, vá até onde sua memória chegar (ou até as próximas ruas, caso seja um elefante-humano).

Agora abra o Google Maps e digite o endereço conhecido.

Quão “errado” está seu mapa? Seja sincero! Ok, não TÃO crítico assim com um esboço de centavos, mas aposto que leva alguém a algum lugar com certa acurácia.

A minha próxima carta gourmet, também conhecida como artigo digital, abordará a questão técnica por trás de um mapa.

  • O que é a Cartografia?
  • O que preciso saber?
  • Onde posso buscar?
  • O que dá para representar?
  • Por que saber um pouco de Geologia tornará meu livro mais rico (e muito superior) que qualquer outra obra, gringa ou não, que abuse de clichês como “mar de areia”, “florestas” (BOSQUES, bleh) ou “vamos minerar montanhas”? OPS, esse papo é pra outro momento, desculpe!

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