Entrevista – Eduardo Krauze (Mundo Desolado)

Quando você começou a tomar gosto pela escrita?

“Desde jovem, assim que tomei gosto pela leitura (com a saga Potter), percebi gostar também de escrever e imaginar as minhas próprias histórias. No entanto, mesmo que gostasse, sempre acabava desistindo de escrever logo após começar. Só bem mais velho, após ler o fantástico “O Nome do Vento”, é que me senti inspirado o suficiente para me tornar escritor.”

♦ Como nasceu a ideia para Mundo Desolado?

“A ideia inicial veio de uma história que comecei a escrever quando era jovem, mas que nunca havia continuado. Eram apenas algumas páginas de um prólogo em que quase nada acontecia, mas que me deu a base do que se tornaria o livro no futuro. Quanto a inspirações, muitas coisas eu gosto de pensar que saíram da minha própria cabeça, mas sem dúvidas o livro traz um pouco das obras que mais gosto.”

♦ Você já pensou em desistir da escrita quando teve algum bloqueio criativo, ou quando as coisas pareciam não dar certo?

“Acredito que todos temos os nossos momentos de insegurança, e eu não sou diferente. O importante nestes momentos é conseguir reconhecer o “porquê” daquilo que fazemos. No meu caso, não é nem por fama ou por dinheiro (se fosse, já teria desistido haha), mas para levar as minhas histórias ao maior número possível de leitores que possam gostar de lê-las. Desta forma, quando me pego pensativo a respeito destes assuntos, saber que existem pessoas que esperam meus livros ansiosas, me motiva a continuar escrevendo.”

♦ Como ter sido publicado pela PENDRAGON influenciou sua carreira literária e “A crônica do andarilho dos sonhos”?

“Foi uma experiência que mudou minha vida. Como muitos iniciantes, eu entrei no mercado literário sem saber de nada, e a editora me deu as ferramentas que eu precisava para aprender. Se o livro conseguiu o alcance que tem hoje, em grande parte foi por conta da casa editorial que me acolheu.”

♦ Dos personagens que você criou para a saga, qual é o que você tem mais facilidade para escrever?

“Sem dúvidas, o protagonista, Kalian. Ele é um jovem curioso (às vezes ao ponto de ser irritante), mas com uma grande vontade que o rege e que, por vezes, o faz tomar decisões que levam a história para rumos interessantes de se explorar.”

♦ Como você lida com a cobrança dos leitores pela continuação dos livros?

“Sendo eu mesmo um leitor ávido e que aguarda há muito tempo por algumas continuações, consigo entender perfeitamente a cobrança dos leitores. Por conta disso, procuro sempre deixá-los a par do andamento de minha escrita, através das redes sociais. No entanto, apesar de tentar ser o mais ágil possível, minha maior preocupação é sempre com a qualidade da história. Do meu ponto de vista, de nada adianta publicar as continuações rapidamente sem lapidar a trama da maneira que ela merece.”

♦ Seu livro já tem aproximadamente um ano no mercado, e está com quase 70 avaliações na Amazon. Quando você publicou pela primeira vez, pensou que faria tanto sucesso?

“Quando publiquei pela primeira vez, desconhecia totalmente o mercado literário e não fazia a mínima ideia do que esperar. Foi uma grande e agradável surpresa a recepção dos leitores, e que me motiva até hoje.”

♦ Quantos livros você planeja que essa saga tenha?

“A ideia sempre foi fazer uma trilogia, mas por conta do crescimento inesperado da trama no segundo livro, hoje em dia já não tenho mais tanta certeza. De qualquer forma, caso a série cresça, serão no máximo quatro livros.”

♦ Além de “A crônica do andarilho dos sonhos”, você planeja escrever alguma outra série?

“Com toda certeza. Particularmente, sou fã de séries. Quando me apaixono por algum universo fantástico, gosto de ter material para explorar aquele universo, e por isso prefiro as séries aos livros únicos. Ainda quero contar muitas outras histórias no universo do Andarilho dos Sonhos, e em muitos outros que pretendo conceber.”

♦ Para encerrar, que conselho você dá para os futuros escritores do Brasil?

“Que leiam e escrevam muito, mas que também invistam em Marketing pessoal. Hoje em dia, com as redes sociais, a ideia de um autor recluso que se isola da sociedade para trabalhar em seus manuscritos já praticamente caiu por terra. No mercado literário atual, um autor que não aparece não é lido, e se não é lido, de pouco adianta tornar-se autor. Portanto, se você deseja escrever, publicar, e ter as suas histórias lidas, é bom aprender já de começo os métodos de levá-las até o seu público.”

Eduardo Krauze

Cresceu em uma cidade pequena da região, com menos de 3000 habitantes. Ainda na infância, descobriu a maravilha da leitura através dos universos fantásticos de J.K. Rowling, C.S. Lewis e J.R.R. Tolkien, nos quais mergulhou profundamente. Mais tarde, George R.R. Martin e Leonel Caldela, além de vários outros nomes da área, figuraram uma visão mais ampla da literatura fantástica em sua imaginação. Mas apenas em meados de 2016, com a leitura do extraordinário "O Nome do Vento", por Patrick Rothfuss, foi que se inspirou o bastante para tornar-se escritor. Desde então, explora seus próprios mundos fantásticos, sempre repletos de mistérios e grandes aventuras.

Mundo Desolado

Autor: E. Krauze
Ano: 2020
Editora: Pendragon
Gênero: Fantasia, literatura brasileira

Sinopse:

Em um mundo consumido pela desolação dos desertos, Kalian vive uma vida simplória em uma aldeia distante o suficiente de qualquer outra civilização para ter sido completamente esquecida pelo resto do mundo.

Sua vida pacata, no entanto, muda bruscamente depois de um encontro fatídico que sela seu destino, obrigando-o a deixar tudo para trás e partir em uma jornada através de um mundo selvagem e repleto de perigos, rumando em direção ao tão sonhado continente. Durante esta jornada a magia o acompanha, porém também estão presentes preconceitos e crueldades com as quais deverá lidar, até que possa derrotar um cruel assassino.

Muitos cruzarão o seu caminho durante sua trajetória, tanto para o bem, quanto para o mal. Se ele conseguirá encontrar uma maneira de superar seu destino e a dor advinda de suas provações, isso não dependerá de nada além de sua própria força de vontade!

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