Entrevista – Rafael Weschenfelder

♦ Quando você começou a tomar gosto pela escrita?

“Na adolescência. Foi quando tomei gosto pela leitura de verdade. O motivo é meio clichê, mas foi exatamente o que pensei na época: eu sentia vontade de ler um tipo de história que não encontrava nos livros, então eu mesmo as escreveria.”

♦ Como nasceu a ideia para seus contos? O universo onde suas histórias se passam é compartilhado?

” “As 220 Mortes de Laura Lins” surgiu de um clipe de música de anime (Heat Haze Days), que me viciou a ponto de eu colocar no repeat por vários dias seguidos; “O Baú do Zumbi Gelado” começou com a ideia da reviravolta final, e a história foi se moldando ao redor dela. Não vou negar que minha paixão por jogos online também deu uma mãozinha; “Depois da Caixa Preta” veio do hype em torno do BBB 21 e uma crítica pessoal a reality shows que se alimentam de tretas e sofrimento dos participantes.”

♦ Você já pensou em desistir da escrita quando teve algum bloqueio criativo, ou quando as coisas pareciam não dar certo?

“Desistir não, mas desanimar, sim. Desistir é uma palavra muito forte. Eu amo escrever, e simplesmente não conseguiria pensar a minha vida sem a escrita.”

♦ Você tem um trabalho excelente fazendo tudo de forma independente. Em algum momento já pensou em trabalhar com alguma editora?

“Penso todo dia, mas infelizmente não depende só da minha vontade. Gosto de ser autor independente. Temos mais autonomia e participação no lucro da venda dos livros, mas encontrar um livro seu nas estantes das livrarias é o sonho de qualquer escritor.”

♦ Dos personagens que você criou, qual é o que você teve mais facilidade para escrever?

“O Hugo de “O Baú do Zumbi Gelado”, com certeza. Ele é um nerdola viciado em jogos, ou seja, um retrato do Rafael com seus 14, 15 anos. Escrever sobre algo que se é ou já viveu é fácil, fluido. Quanto mais alheio às crenças e ao estilo de vida do personagem, mais o escritor precisa pesquisar.”

♦ Como você lida com a cobrança dos leitores pela continuação dos livros?

“Acho bem tranquilo, até porque meus livros são curtinhos e assim consigo publicar um por ano.”

♦ Seus livros fizeram um grande sucesso, tendo avaliações na casa dos milhares já. Quando começou a escrever, você pensou que teria tal resultado?

“A gente nunca pensa, né? Sempre bate aquela insegurança e alguns pensamentos autodepreciativos. Quando vi que estava em primeiro lugar na Amazon, levei um susto.”

♦ Reparei que cada história que você escreveu foi lançada em um ano. Isso quer dizer que podemos esperar uma nova história para 2023?

“Sim, a meta é um por ano. E o próximo provavelmente será um romance!”

♦ Dos três livros que você publicou, tem algum que você considera mais especial que os outros?

” “O Baú do Zumbi Gelado”, com certeza. Eu amo reviravoltas, desde criança. Chegava a pesquisar “filmes com as maiores reviravoltas” no Google para escolher qual assistiria. E “O Baú do Zumbi Gelado” tem, na minha opinião, a maior reviravolta dos meus três contos.”

♦ Para encerrar, que conselho você dá para os futuros escritores do Brasil?

“Uma boa história e uma boa escrita são essenciais, mas não suficientes. O escritor tem que elaborar uma boa estratégia de divulgação para ser lido. Ninguém mais aguenta o famoso conselho “invista nas redes sociais”, mas se ele é repetido tantas e tantas vezes, é porque é verdade. Que existem leitores para o seu livro, eu tenho certeza, mas você precisa chegar até eles. Não dá para sair batendo de porta em porta oferecendo seu livro, então as redes sociais acabam sendo uma ótima (e talvez a única) ferramenta de divulgação para escritores independentes.”

Rafael Weschenfelder

Rafael Weschenfelder é paulista e médico formado pela USP. Obcecado desde criança por histórias com reviravoltas engenhosas e finais-surpresa, decidiu ser escritor para criar as suas. Quando não está no hospital ou em frente às páginas do Word, pode ser encontrado jogando video game e assistindo a animes. Desde 2018, produz conteúdo literário e incentiva a leitura no Instagram @rafaweschenfelder.

As 220 Mortes de Laura Lins

Autor: Rafael Weschenfelder
Ano: 2020
Editora: Independente
Gênero: Mistério, suspense, literatura brasileira

Sinopse: Já imaginou ver sua melhor amiga morrer na sua frente 220 vezes e não conseguir salvá-la? Daniel também não… Claro, até se descobrir preso num loop temporal que se reinicia toda vez que Laura é atropelada, baleada ou esmagada por uma árvore. Desesperado, ele se lança numa jornada perigosa, acreditando que, se mantiver Laura a salvo dos acidentes até o dia seguinte, quebrará a maldição. Mas o preço para se libertar pode ser mais caro do que Daniel imagina. Estaria ele disposto a pagá-lo?

O Baú do Zumbi Gelado

Autor: Rafael Weschenfelder
Ano: 2021
Editora: Independente
Gênero: Mistério, suspense, literatura brasileira

Sinopse: Hugo trabalha como vendedor no brechó menos frequentado da cidade. Entre um cliente e outro, dedica-se à sua verdadeira paixão: o jogo online Zumbizeira. Vender roupas e matar zumbis, essa era sua vida até conhecer a misteriosa Estela. Aos prantos, ela confessa que não procurou Hugo para renovar seu guarda-roupa, mas para ajudá-la a resgatar seu namorado, cuja consciência foi transferida para dentro do jogo após um bug fazer dezenas de jogadores convulsionarem e entrarem em coma. Com pena da garota, ele topa. Mas quando estranhos acontecimentos rompem o equilíbrio do universo virtual de Zumbizeira e o passado macabro do namorado de Estela é revelado, Hugo começa a desconfiar que sua nova amiga não é tão doida nem tão bem-intencionada quanto parece ser.

Depois da Caixa Preta

Autor: Rafael Weschenfelder
Ano: 2022
Editora: Independente
Gênero: Mistério, suspense, literatura brasileira

Sinopse: Entrar na Casa de Vidro, reality show mais badalado da televisão brasileira, é a chance de ouro para quem está atrás de fama e dinheiro. Mas não para Lorenzo... Três anos atrás, o ator de novelas adolescentes assistiu a sua namorada, Lisbela, mudar radicalmente de comportamento depois de ser chamada para conversar com a produção na Caixa Preta, único cômodo sem câmeras e com paredes não transparentes da Casa de Vidro. Ao confrontá-la, após sua eliminação, quase não a reconheceu: assustada e paranoica, Lisbela falava sobre chips cerebrais para controlar os participantes e conspirações macabras da produção para alcançar audiência a qualquer custo. E o que já estava estranho ganhou ares trágicos quando a garota desapareceu, sem deixar rastros. Decidido a encontrar a verdade, nosso herói ingressa na vigésima segunda edição do reality, equilibrando-se entre conquistar o público e investigar a casa sob o olhar vigilante de centenas de câmeras. Conseguirá Lorenzo descobrir o que aconteceu com Lisbela dentro da Caixa Preta, ou acabará sendo mais uma peça de xadrez no tabuleiro da produção?

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